O problema é essa geração... Será?

Certamente você já disse ou ouviu frases do tipo "Essa geração não quer saber de nada"; "O problema é essa geração…"; "Na minha época era melhor…"

Com o aumento da expectativa de vida, hoje temos o privilégio de conviver com pessoas de diferentes gerações: pré-boomers, baby boomers, geração X, geração Y, geração Z e geração Alpha. Cada uma dessas gerações viveu um período da história em que as tendências foram moldadas pela tecnologia, pela economia e pela parentalidade.

Se você tiver a oportunidade, converse com pessoas acima de 70 ou 80 anos e veja o que elas falam sobre suas infâncias. Pergunte a elas como percebiam a infância de seus filhos e como percebem a infância dos netos ou bisnetos. Você descobrirá que cada uma das gerações viveu em um período da história que foi marcado por contextos que eram valorizados na época e que lhe exigiam habilidades diferentes.

Precisamos entender que a maneira como a sociedade funciona hoje, como as pessoas se comportam, é reflexo de escolhas feitas nas gerações anteriores. As conquistas e os desafios que vivemos hoje não nasceram com essa geração! Todas as experiências vividas pelos seus bisavós, avós e pais, influenciaram as crenças que você tem hoje sobre si mesmo, sobre o mundo e sobre a vida. A forma como os pais educam seus filhos é influenciada pela forma como foram educados; pelo quanto suas próprias necessidades foram atendidas (ou não) e pelos sistemas de crenças que adotaram.

Compreender isso é fundamental para que possamos parar de colocar a culpa na geração atual! O problema dos jovens, adolescentes e crianças de hoje, o que eles estão vivendo é reflexo de uma série de escolhas feitas no passado, por nós!

E nós, adultos, somos a primeira geração a ter o privilégio de compreender os impactos transgeracionais no desenvolvimento das crianças através de estudos e pesquisas científicas realizadas na área. Hoje temos a grande oportunidade de sermos a mudança que desejamos ver no mundo!

A grande reflexão que fazemos é: "Que filhos estamos deixando para o mundo?"

Os pais precisam sair do jogo da culpabilização para que sejam capazes de assumir a liderança da família. E para isso precisam de encorajamento! Por isso, enquanto educadora parental, meu objetivo é ajudar os pais ampliarem seus recursos para quebrar ciclos e construírem uma relação saudável com seus filhos, exercendo uma educação pautada no respeito mútuo.